Vítor Pimenta escreveu no Avenida Central um excelente texto acerca da divisão retalhista do país. Sugere a fusão de freguesias, mas eu vou mais longe, sou a favor do fim das freguesias. As freguesias na prática não tem utilidade, e não passam de uma herança da igreja na divisão do pais, as paróquias. Na minha opinião são um entrave ao bom desenvolvimento do concelho, e barram o bom crescimento das cidades.
Um dos casos, do conhecimento geral em Braga, são os parques desportivos. Todas as freguesias do concelho de Braga querem um parque desportivo! Muitos deles, na maioria, distanciam-se entre si menos de 2km. A C.M.B. faz a vontade das juntas, e constroi minis parques desportivos, incompletos e por vezes com pouca qualidade, o que seria de esperar pois o dinheiro não estica. Agora, se não existissem freguesias, em vez de construir mais de 60 parques desportivos, construiriam-se, provavelmente, um terço de parques desportivos mas de grande qualidade e completos. Toda a população continuaria servida, os parques abarcariam mais população, logo mais activo seria, logo mais útil se revelaria. E no fim, possivelmente, até sobraria dinheiro para iniciar a academia do S.C.B.! Este é um de muitos exemplos.
Mas vou ainda mais longe, fusão de concelhos! Existem concelhos que não conseguem dinamizar-se sozinhos, outros, apesar de se dinamizar sozinhos, não tem identidade própria que justifique a sua existência, e existem ainda alguns, que pela boa gestão macro-regional, se deveriam fundir.
Se repensássemos a actual divisão administrativa, se dessemos mais poder às autarquias, se aplicássemos alguns modelos europeus de financiamento (existem países em que 40% a 60% dos impostos ficam retidos no município), talvez chegaríamos à conclusão que muitos estudos chegam, Portugal é um país pequeno para se dividir em regiões. O problema de Portugal é a má distribuição de dinheiros e riqueza. E não é a criação de mais cargos políticos, mais assembleias, mais burocracia que vai resolver o problema português.
O actual sistema de governação português é fraco, desequilibrado, mas a regionalização que tanto falam não me parece ser o melhor para Portugal. Portugal precisa de união, equilíbrio, igualdade.