quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Tram

Nos últimos tempos o tema metro, comboio, TGV anda em voga. Seja pela agenda do governo, ou má gestão, ou ainda o renascimento de pretensões antigas. Nesta último caso refiro-me concretamente à ligação ferroviária de Braga a Guimarães, que a cada dia que passa ganha mais adeptos, seja do mundo da Blogosfera, entidades privadas ou públicas, políticos, entre outros. A recente notícia por parte das entidades competentes é uma luz ao fundo do túnel. A ideia forte apresentada é ligar as duas cidades e potenciar a estação de TGV de Braga. Seguindo este raciocínio não seria também útil/rentável ligar as cidades de Barcelos e Vila Nova de Famalicão a esta estação e consequentemente à capital de distrito? Penso que sim, aliás Famalicão encontra-se conectada a Braga, já Barcelos recentemente, em 2003, perdeu essa ligação sem nunca ninguém ter percebido bem porquê.
Apresento aqui algumas ideias para uma rede ferroviária, que poderão ser úteis.
O objectivo principal é ligar as cidades Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães, e potenciar a estação de TGV em Braga. No entanto deve-se também potenciar infra-estruturas já existentes ou projectadas com a passagem da rede, por exemplo ligar os dois pólos da Universidade do Minho, AvePark, Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, novo Hospital Universitário central de Braga e o Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia. Seria também óptimo se fosse possível a rede "entrar" nas cidades, oferendo mobilidade local.
Conjugando as ideias anteriores, concebi uma rede estrelar centrada em Braga, pelas seguintes razões:
  1. A estação de TGV situar-se-à nesta cidade.
  2. As relações entre Braga e as restantes cidades são mais fortes do que as outras entre si, excluindo talvez entre Famalicão e Guimarães.
  3. Geograficamente fica no centro do eixo conjuntamente com Famalicão, o que permite uma melhor eficiência da rede.
  4. É a capital de distrito, o que lhe confere alguma centralidade e oferta de serviços que eventualmente as outras não possuem.
  5. Com uma rede estrelar o utente para se deslocar a outra paragem que não da sua linha, basta deslocar ao centro da estrela e a apanhar a respectiva linha, fazendo no máximo uma muda de linha.
Vejamos agora o panorama actual: entre Braga e Guimarães não existe qualquer tipo de linha ferroviária; entre Braga e Famalicão existe já uma linha dupla electrificada de comboio directa, ramal de Braga até Nine e depois na linha do Minho até Famalicão; entre Braga e Barcelos já existiu uma ligação directa ferroviária, que terminou com a electrificação do ramal de Braga e da linha do Minho abaixo de Nine. Assim sendo é necessário criar de raiz uma nova linha entre Guimarães e Braga, esta linha deverá ligar o centro de Guimarães (se possível a actual estação de comboios e central de camionagem), passar no Campus de Azurem da UM, AvePark nas Taipas, estação de comboios de Braga, Instituto Ibérico, Campus de Gualtar da UM e HUCB. A linha de Famalicão a Braga poderá aproveitar a actual linha de comboio sem qualquer problema. Dado a actual estação de comboios estar já no centro de Famalicão não sei até que ponto será rentável prolongar a linha na cidade, é um caso a ser estudado. A linha de Famalicão não deve terminar na actual estação de comboios de Braga, mas sim prolongar-se na nova linha até ao HUCB. A linha de Barcelos até Braga é a mais complicada, se por um lado poder-se-à aproveitar o actual troço até Nine e aqui reconstruir o acesso para a linha do Minho Norte, electrificando a actual linha até Barcelos, solução mais económica, no entanto é a que menos serve a população, uma vez que até Nine as populações são servidas pela de Famalicão, e de Nine até Barcelos é uma zona bastante rural, é o percurso mais longo, e ainda a linha poderá ficar bastante estrangulada uma vez que por aqui passa os comboios da CP e o futuro TGV. A segunda alternativa, a que mais me agrada apesar de ser a mais cara, passa pela construção de uma nova linha que percorre a zona mais populosa de Barcelos e o eixo mais populoso entre Barcelos e Braga, ou seja sai de Barcelos, passa por Tamel onde se situará as definitivas instalações do IPCA, Galegos, Pousa, Martim, Sequeira, Ferreiros, estação de comboios de Braga e HUCB. Em Barcelos, Famalicão e em Guimarães deverá ser estudada a viabilidade e rentabilidade de prolongar a linha na cidade. Em Braga a necessidade de prolongar a linha ao outro extremo da cidade (Estação de comboios até ao HUCB), conjugando com a orografia do terreno, a indisponibilidade de terrenos e o facto das três linhas estarem unidas impossibilita a hipótese de funcionar como eléctrico, a linha terá de ser subterrânea. É uma linha subterrânea com cerca de 3,6km que inicia-se na estação, campo da vinha, avenida central, rodovia (S. Tecla), quinta dos peões (ao lado do macdonals). Da quinta dos peões contorna o Campus de Gualtar, por forma de ganhar altitude, e termina no topo do bairro do Sol, em frente do edifício da escola de Ciências da Saúde. Provavelmente, dado o declive da colina, a última parte será subterrânea.
As linhas fora cidade, dado à existência de alguma ruralidade, deverão ser rápidas, possuindo via própria e reservada, com poucas paragens.
Deparamos agora com a necessidade de um veiculo que seja rápido fora das cidades, mas que ofereça grande mobilidade nas cidades, e se preciso comporte-se como um eléctrico. Este problema foi ultrapassado nas cidades europeias (Estrasburgo, Bordeaux, Hannover, etc) com a nova gerações de Tram's (movidos a electricidade). Os novos Tram's são veículos versáteis e ecológicos, podem-se considerar metros no centro da cidade (quando circulam em túneis e com grande frequência), como eléctricos quando circulam pelas ruas, ou ainda comboios urbanos-rápidos (light-rail) em linhas dedicas (normalmente com uma velocidade máxima de 80km/h).
Por fim, que tipo de linha utilizar? A linha de Braga a Famalicão é de bitola Ibérica, mas com a adaptação para TGV passará para bitola standard, logo penso que será boa politica a rede ser em bitola standard.



O mapa representa as linhas, com a adição de duas linhas, a Verde e a Ciano que as justificarei mais tarde (já vai longo este texto).
A linha Vermelha vai de Guimarães até ao HUCB, no mapa está representada do AvePark até ao HUCB. Uma vez que a Câmara de Guimarães já tem um corredor reservado, no seu concelho, e o desconheço, optei por representar apenas o trajecto mais óbvio até ao AvePark, do AvePark até Guimarães existem várias alternativas, mas certamente a CMG já tem a sua escolha.
Nome : Paragens (estações ou apeadeiros)
  • Linha Vermelha: Guimarães->...->AvPark->Lamas->Grundig->Estação de Comboios Braga->Campo da Vinha->Avenida Central/Senhora a Branca->Rodovia/S. Tecla->Complexo desportivo da rodovia/Rotunda das piscinas->Universidade do Minho/L.I.I.N->HUCB.
  • Linha Amarela: Famalicão -> todas as actuais paragens do comboio -> Estação de Comboios Braga->Campo da Vinha->Avenida Central/Senhora a Branca->Rodovia/S. Tecla->Complexo desportivo da rodovia/Rotunda das piscinas->Universidade do Minho/L.I.I.N->HUCB.
  • Linha Azul: Estação de comboios e central de camionagem de Barcelos -> Tamel (no IPCA) -> Galegos -> Pousa/Martim -> Sequeira -> Ferreiros (actual do comboio) -> Estação de Comboios Braga->Campo da Vinha->Avenida Central/Senhora a Branca->Rodovia/S. Tecla->Complexo desportivo da rodovia/Rotunda das piscinas->Universidade do Minho/L.I.I.N->HUCB.
Trajecto a preto: actual linha dupla de comboio electrificada.
Trajecto a cinzento: actual linha de comboio (singular e não electrificada).
Trajecto rosa: linhas do TGV.