quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Castelo Dona Chica - Património abandonado



O Castelo da D. Chica, também conhecido como Castelo de Palmeira, Casa da Chica ou Palácio de D. Chica, localiza-se na povoação e Freguesia de Palmeira, Concelho e Distrito de Braga, em Portugal. Trata-se de um edifício apalaçado, de características ecléticas sobre um estilo romântico, projectado pelo Arquitecto Ernesto Korrodi. (in Wikipédia)

Arquitectura civil residencial revivalista. Palácio com conjugação de elementos em estilo revivalista com elementos neogóticos, neorenascentistas e neoclássicos amalgamados. Seguindo o gosto romântico da época, o projecto inacabado do palácio e do jardim, inclui um lago, uma gruta e diversos canais artificiais.

O edifício é constituído por quatro pisos. Desenvolve-se num jogo de volumes muito acentuado e numa enorme diversidade de uso de materiais e linguagens, misturando memórias populares e eruditas. Isolados, os volumes têm uma imagem própria e estabelecem ligações através de algumas pontes (materiais e elementos decorativos). Pela análise dos pormenores construtivos entende-se bem a importância dada à imagem, em detrimento de um método de construção. As janelas são indiferentemente de madeira ou de ferro, ou ainda, executadas com os dois materiais, sendo difícil saber se elas obedecem a um projecto de execução da obra ou se, definida a imagem pelo arquitecto Korrodi, a solução construtiva ficaria a cargo dos diferentes artistas / artesãos. Em contrapartida, as telhas estão "assinadas" pelo projectista. Coloridas de verde fingem a integração na paisagem que todo o resto do edifício recusa.

Cronologia
1915 -Projecto do arquitecto suíço, naturalizado português pelo casamento, Ernest Korrodi e mandado construir por João José Ferreira Rego, casado com a brasileira Francisca Peixoto Rego que mandou vir do Brasil muitas das espécies arbóreas existentes na mata; 1919 - Suspensa a obra, numa altura em que o interior do edifício, se resumia ainda e apenas às suas estruturas fundamentais; Inacabado, orçamentavam, na altura, as obras em 370 contos; 1938 - Vendido por 165 contos a um fidalgo inglês que posteriormente o vendeu por 80 contos ao guarda livros do Conde de Vizela, Alberto Torres de Figueiredo; Francisco Joaquim Alves de Macedo adquiriu o palácio e encetou obras no seu interior, sem qualquer projecto de recuperação, numa tentativa infrutífera de reactivar o ideal dos anteriores proprietários, mas em vão, porquanto, divergências múltiplas surgiram no decorrer dos trabalhos, fundamentalmente com a autarquia local; Destruiu-se o pouco que restava de elementos decorativos interiores principalmente ao nível de cerâmicas (azulejos, tijoleiras e telhas), não restando qualquer vestígio para uma possível reposição dessas peças, algumas, segundo referências das gentes mais velhas, de grande interesse artístico, para além da supressão de toda a madeira, base estruturante de todos os pisos; Séc. 20, segunda metade - Adquirido pela Junta de Freguesia de Palmeira concessiona o imóvel à IPALTUR, Investimentos Turísticos, S.A. através de um contrato de longa duração, renovável; 1992 - Adaptação descrita como transformação num espaço cultural e recreativo, bem como em restaurante e outros serviços de índole social e hoteleira - Proj. do Arqº. Paulo Tonet; Novembro - Joaquim Costa, gestor da IPALTUR, trespassa o palácio à empresa "Veloso - Empreendimentos Turísticos e Residenciais", tendo em vista o pagamento de uma alegada dúvida, o que não foi aceite pelos restantes credores; 1985, 20 Fevereiro - Despacho de classificação, com homologação em IIP; 1993 - Proposto o pedido de falência da IPALTUR, pela Caixa Geral de Depósitos, principal credora desta firma, e destino incerto relativamente à posse da propriedade, por ter sido hipotecada; 1998 - comprado pela Caixa Geral de Depósitos; 2006 - o imóvel encontrava-se à venda. (in Monumentos)

O que é feito deste monumento bracarense?

Se está à venda, porque é que a Câmara Municipal de Braga não o adquire? O espaço pode ser aproveitado para vários fins, excepto os que lhe deram nas últimas décadas. Museu do Romantismo e centro de arte (seria muito mais aprazível que o Carandá) são valências que ali poderiam ser instaladas.
É um exemplar arquitectónico único no nosso concelho, que está abandonado e à mercê dos corvos.